segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ATIRE A PRIMEIRA FLOR




Quando tudo for pedra, atire a primeira flor;



Quando tudo parecer caminhar errado,
seja você a tentar o primeiro passo certo;


Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto,
acenda você a primeira luz,
traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada;


Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso;


Talvez não na forma de lábios sorridentes,
mas na de um coração que compreenda,
de braços que confortem;


Se a vida inteira for um imenso não,
não pare você na busca do primeiro sim,
ao qual tudo de positivo deverá seguir-se;


Quando ninguém souber coisa alguma,
e você souber um pouquinho,
seja o primeiro a ensinar,
começando por aprender você mesmo,
corrigindo-se a si mesmo;


Quando alguém estiver angustiado à procura,
consulte bem o que se passa,
talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja;


Daí, portanto, você deve ser o primeiro a aparecer,
o primeiro a mostrar-se, primeiro que pode ser o único e,
mais sério ainda, talvez o último;


Quando a terra estiver seca,
que sua mão seja a primeira a regá-la;


Não atire a primeira pedra em quem erra.
De acusadores o mundo está cheio;


Nem, por outro lado, aplauda o erro;
dentro em pouco, a ovação será ensurdecedora.


Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu;
sua atenção primeiro para aquele que foi esquecido;


Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém.


Quando tudo for espinho, atire a primeira flor;


Seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta,
compreendendo que o perdão regenera,
que a compreensão edifica,
que o auxílio possibilita,
que o entendimento reconstrói.


Atire você, quando tudo for pedra,
a primeira e decisiva flor.


(Autor Desconhecido)


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