Voltando aos poucos dos mergulhos, às vêzes inevitáveis, ao que costumamos chamar de "Fundo do Poço" ... percebo que no entanto, a profundidade deste poço varia sempre, em função do momento emocional, interno, em que os problemas nos alcançam - ou no momento em que nós alcançamos os problemas, não é mesmo?
Passei alguns dias em paisagens lindas, que me levaram às minhas origens mais remotas, onde meu querido pai nasceu - ele completaria neste abril passado, 96 anos de uma bela vida, onde nos deu o exemplo de como diginficar tudo o que se vive, em suas várias fases, em todas as suas estações.
Voltei destes dias, passados em meio aos ares medievais, quase que direto para um novo ciclo de quimioterapia, que havia sido atrasado para que eu pudesse passear sem riscos.
Parece que aquelas 2 semanas a mais de descnso, fizeram meu corpo se lembrar do ânimo de sair, andar sem aquele cansaço habitual, acordar só pensando no dia cheio de prazeres que se tem a desfrutar, e havia esquecido das sensações provocadas pelo choque de medicações, onde parece, que aquele estado de sei lá o que - é indescritível a prostração que se sente - não vai acabar nunca... e pra completar, uma mudança de casa, meio que no tranco, sem poder parar pra pensar muito, exige que você busque aquele restinho de energia que nem você mesmo sabia que tinha, que você peça socorro a quem pode dar uma forcinha (literalmente) e simplesmente continue em frente, porque atrás vem um montão de outras coisas que precisam também ser resolvidas, e nem sempre esperam que você tome aquele folegozinho que faz toda a diferença.
Pode parecer que estou muito reclamona, mas não é hoje este meu astral não. São constatações de que, apesar de tuo isso, a vida segue o seu curso...os dias continuam se alternado às noites, a Luz, à escuridão, e assim também vai acontecendo com a gente.
Um dos efeitos da quimioterapia prolongada que vem me incomodando mais são as alterações na visão.
Estou com catarata nos 2 olhos e após a quimio mais "forte", meu olho direito, que vem segurando bem a situação, piora a tal ponto que eu não consigo ler uma palavras sequer. Mesmo meu computador já adaptado à fotossensibilidade exacerbada, não está mais dando conta nesses dias, o que me impossibilita de entrar em meus e-mails, nos blogs, etc. Desta vez está durando mais que o habitual para melhorar, e hoje pela 1a vez estou conseguindo estar aqui com vocês, também por este motivo, depois de 1 semana.
Mas como cantava Cazuza, o poeta, "a Vida não pára" , e não pára mesmo para esperar que decisamos viver todos os dias, mesmo aqueles que "a gente se sente como quem partiu ou morreu", da melhor forma possível.
Estou vivendo uma situação que nunca esperei viver:
depois de 22 anos, volto, agora com meus 2 filhos, para a casa de meus pais, onde nasci e vivi até meus 28 anos.
Estou escrevendo neste instante do "meu" quarto de 22 anos atrás, agora acompanhada dos meus 2 "rapazes", que dividem o outro quarto, que também dividi com minhas irmãs na infância e adolescência.
Minha mãe está idosa e doente do corpo e da alma, principalmente depois que meu pai voltou para o plano da Luz, há 5 meses e meio, depois de um casamento feliz, daqueles que pouco ainda temos notícias, de 62 anos.
A vida fez um inesperado movimento, e me trouxe de volta para cá.
Estou aprendendo a não contestar certas decisões da vida, aquelas que simplesmente não há outra opção, é o único caminho naquele momento.
Ela, a Vida, sabe com certeza as suas razões, que talvez hoje eu ainda não consiga compreender muito bem. Mas aceito e tento dar o meu melhor, apesar de às vêzes me sentir totalmente capenga pelo caminho.
O que era para ser uma "volta aos poucos" acabou se tornando um longo diálogo da minha alma com cada a de vocês.
Muito, muito boa esta sensação.
Um carinhoso abraço e um ótimo final de semana!
Claudia
seja bem vinda, amiga Cláudia!
ResponderExcluirbjos e Amor sempre!
abraços de chakras e vou no email depois escrever mais, tá?
bem vinda de volta,
ResponderExcluiraos poucos irá recuperar a sua saúde, é só uma questão de tempo.
Senti a sua falta, mas respeito o seu silêncio.
De todo o coração desejo que se recomponha breve, pois você é uma presença muito querida.
um abraço carinhoso
Estamos torcendo por você, Cláudia. Torcendo de todo o coração.
ResponderExcluirAbraços.
Murilo